Na semana passada voltei de quase seis semanas de férias no Brasil. Cheguei a São Paulo durante os feriados de final de ano, saí na quarta-feira de cinzas, final do feriado de carnaval. Em ambas ocasiões, milhões de pessoas a menos na cidade. Que maravilha! Assim até dá gosto passar férias lá. Só me convence ainda mais de antiga opinião: Sampa só tem jeito se ficar menor, com menos população.
Faz mais de uma década que a cidade está parando de crescer. Se bobear, o próximo censo vai confirmar que já parou. A área metropolitana ainda mantém a inércia, mas também cresce cada vez mais lentamente. A ONU prevê que até 2015 São Paulo será uma das megalópoles do planeta, áreas metropolitanas com mais de vinte milhões de habitantes. Hoje em dia só Tóquio alcançou esta marca. Os mexicanos provavelmente discordarão, pois mexicano adora dizer que o DF tem mais gente do que na realidade tem. Já vi até estatística dizendo que já seriam 25 milhões, mas isso é seguramente exagero.
É engraçado porque essa mania de grandeza é típica de povo subdesenvolvido, achar que tamanho importa. Eu sou de uma geração que cresceu na década de setenta ouvindo que São Paulo era a cidade que mais crescia na América Latina e que não podia parar de crescer. Na década de oitenta nos orgulhávamos de ser uma das quatro maiores cidades do mundo. Era moda fazer comparações absurdas com Nova York. O hobby de muitos paulistanos famosos era dizer nas entrevistas que gostava tanto de Sumpaulo como de Noviorque. E na platéia muita gente acreditava… Para quem a vida toda ouviu essas cocorocadas é difícil defender que quanto menor melhor - ou seja, que São Paulo deveria deixar de crescer. Mas na verdade essa é a única saída para a cidade.
Não se trata de dizer que os pobres devem ir embora. Tampouco há que expulsar ninguém. Segundo uma pesquisa do IBOPE publicada em janeiro, mais de 60% dos habitantes sairiam de São Paulo se pudessem. Os que ficam alegam que não têm opção. Onde estão os partidos políticos e governos trabalhando em busca de alternativas? Devíamos dar uma forçinha para os que querem se mandar. É lógico que essa gente não iria desaparecer, iria demandar infra-estrutura em outro lugar. O truco do almendruco é incentivar que mudem para lugares onde é mais barato e mais viável proporcionar esses serviços.
São Paulo cresceu demais da conta. E rápido demais também. Continuamos pagando o preço desse exagero. Em 1950 a cidade tinha 2,2 milhões de habitantes. Imagina que delícia: só dois milhões de almas! Em 1991 eram 9,6. Em quarenta anos a cidade cresceu mais que dois Berlins inteiros, ocidental e oriental, mais que quadruplicou seu tamanho. Com números dessa magnitude, não há como fazer milagres na infra-estrutura. O pior é que se nos últimos 16 anos a população "só" cresceu 1,2 milhões de habitantes, a sensação de caos piorou desproporcionalmente: o trânsito encravou de vez, o metrô está colapsado, as pessoas que têm dinheiro se movem em helicópteros e carros blindados, a violência transformou a cidade que era relativamente segura em assustadora.
Não basta parar de crescer, tem que diminuir! Em muitos lugares na Europa essa é a tendência das grandes cidades. Pode ser que nós também cheguemos lá, mas deixar as forças demográficas atuarem sozinhas é muito pouco inteligente, principalmente tendo em vista que o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres, que vem acontecendo desde o fim da malfadada Nova República, levará a maior uso de infra-estrutura e nós continuaremos correndo atrás do atraso. Se a população não crescer, mas o número de carros na rua sim, porque mais gente tem dinheiro para comprá-los, piorarão os congestionamentos. E assim por diante. O melhor seria encontrar a maneira de que em duas décadas voltássemos a ter menos de nove milhões de habitantes, que já é gente pra dedéu. Para isso primeiro é preciso aceitar que Sampa tem que parar e dar uns quantos passos atrás. Nesse nosso país onde tanta gente pensa por chavão e as velhas idéias parecem não caducar jamais, talvez seja pedir demais!
Cada feriado prolongado está nos demonstrando como seria melhor a vida com menos gente no formigueiro. Foi o que se viu no Natal e no Carnaval. E o melhor dessa pax paulistana foi que os motoqueiros desertaram a cidade. Como o trânsito fica mais tranquilo sem eles! Ao mesmo tempo, como o trânsito ficaria pior se todos os motoqueiros passassem a andar de carro! Ruim com eles, pior sem eles, mas isso é assunto para outra oportunidade.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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4 comentários:
Que honra, vou mesmo inaugurar este espaço?!! Vim com ganas de fazer um breve comentário, mas fiquei deslumbrada com todo este espaço! Total de acuerdo: neste caso, menos é muito mais na minha querida e caótica SP! Por outro lado, é muito interessante “revisitar” o que já é pra lá de conhecido e apreciar com outras lentes. Após 6 meses na capital do Prata, onde o Natal figurou apenas como um feriado prolongado a mais...cheguei em Sampa e me deparei com algumas agradáveis surpresas (a despeito das desagradáveis mesmices de sempre). Tudo iluminado, alegre, pulsante ...e vi muito bom gosto neste ano! A “despoluição visual” deu outra cara para a metrópole! Menos é bem mais! Agora até se pode ver as árvores, a arquitetura dos antigos e modernos edificios, os casarões, a fachada las lojas, o rio, “a cidade”; com todo o brilho e todas as cores do Natal! Parece que alguns “vices” conseguem acertar mais do que os “poderosos escolhidos pelo povo” (não que o nosso povo não saiba escolher, niguém aqui disse isso!!). Foi o Natal mais iluminado de todos que posso lembrar, o Parque do Ibirapuera simplesmente lindo, com aquela fonte a la Praça de Espanha! Tupiniquim? Não, nem tanto! Multicultural, acolhedora, viva...só precisa degente que realmente cuide bem dela e, neste caso, more would be MORE! Enquanto o milagre não acontece...melhor que a cidade diminua.
BtW: Mauricio, ADOREI!
Eran las 18:00 de la tarde y la jornada del viernes daba augurios de un fin de semana un poco extraño. Por un lado iba a ver a Bernat i Sandra en Sant Joan Despí pero por el otro también iba a empezar a echar de menos a un amigo que emprendía un viaje de cultivo espiritual.
Le recogí en el Hotel, como de costumbre, pero para mi sorpresa ya no estaba allí. Miré un lugar para aparcar y allí al fondo se alzaba una figura sinuosa, casi sorprendida y con una mirada perdida como si de un hombre de negocios se tratase con su pensamiento en búsqueda de la puerta de embarque en un aeropuerto internacinal hacia su siguiente destino.
Le hice un gesto amistoso, dándome la oportunidad de poder encontrar un nuevo sitio para el coche, pero volví de nuevo a él y le indiqué que subiera.
La tarde era fría e iba abrigado con el mismo atuendo de cualquier viernes informal tras una jornada amena de trabajo.
Tomamos rumbo a ninguna parte aunque ambos sabíamos que nuestro encuentro no iba a ser algo más que un café y una despedida.
La comida había ido bien, como de costumbre para él sin mostrar ningún otro signo de nostalgia, también como de costumbre... Sus nervios se escondían tras la preocupación de tener que hacer su maleta pero su deseo era de aprovecharr ese pequeño momento con alguien que siempre quería estar a su lado.
Por fin encontrams una estufa, que daba un cierto confort a la situación.
- Yo un café...
- ¿Sólo? - pregunté.
- Si.
- Para mí un café con leche, por favor.
Encendí un cigarro y dejé mi paquete encima de la mesa, junto con el mechero. Sabía que de un momento a otro cogería uno pero no quería faltar al respeto de que no le ofreciera, como en otra ocasión me había recriminado con ironía y humor.
La llama desprendió un humo de tabaco y café y empezamos a charlar, él no fumó preo me seguía con la mirada.
La semana había sido un poco dura, estuve varios días fuera y no pude llegar a la cita de ese viernes comiendo con el resto de compañeros.
Tenía el deseo de poder ser un priviilegiado dando el último adiós a un hombre que no lo necesitaba. Se mostraba un extraño, pero sus años le habían enseñado que las despedidas debían ser rápidas sin pausas.
Pasamos la tarde como si de cualquier otra se tratara mientras a nuestro alrededor madres con sis hijos tomabn la merienda y un leve viento movía la llama de aquella estufa.
Por momentos quería que se diera cuenta de lo importante que era su decisión. Importante para mí, ya que me faltaría ese amigo que pensaba de forma exclusiva, aun sabiendo que no dejaba de ser algien parecido a cualquier otro amgo de tantos que tenía, y quizás con el mismo carácter y con los mismos comentarios, en otro lugar quizás, en otro país quizás, en otro idoma quizás.
Otro sorbo de café me ayudó a preguntar por cosas que no me interesaban ya que lo único que buscba era la forma de mantenerle más tiempo allí. Finalmente accedió a un cigarrillo pensando que sería el inicio de la cuenta atrás de tan sediada despedida.
Pagó la cuenta y nos fuimos del lugar. Caminamos como bagabundos hata donde se encontraba el coche.
- Si quieres cojo un taxi.
( no te dejaré escapar tan rápido, pensé)
- No te preocupes, a donde voy está de camino al hotel - contesté.
De camino al final de nuestro encuentro, ni siquiera los semáforos ayudaron a mi anelo de seguir más tiempo con él, de no despedirme todavía. No recuredo haber ido tan rápido en ese mismo trayecto con anterioridad. Por un momento pensé en equivocarme a propósito para que el trayecto durae más.
- Déjame aquí, ya me va bién. Además tu tienes que girar en sentido contrario al mio.
No repliqué. Sabía que era la hora del adiós. Con un formato normal, como si nos fueramos a ver el día siguiente.
En ese momento el semáforo le ayudó. Se puso en rojo, descendió y pasando por delante del auto, se despidió con su mano derecha y una mirada alegre pero a la vez perdida.
Creo que era su manera de decir que también me echaría de menos.
Su figura se desvaneció por la avenida y puse rumbo hacia un nuevo día.
Al día siguiente, al despertar Bernat me abrazó y pensé en él. Seguro que con el mismo atuendo con la misma mirada que el dia anterior, en un aeropuerto internacional esperando du nuevo destino.
Bernat me abrazó y salimos a dar un paseo. Con paz interior, con un futuro por descubrir, con un ciclo nuevo que acababa de empezar.
Maurício, realmente, SP mudou bastante com a nova política de outdoors... ficou mais charmosa... vemos mais praças e árvores... eu pelo menos tenho curtido bastante a cidade, especialmente no centro... alguns dias até almocei no Anhagabaú e foi mto bom, sem tantos ambulantes na rua...
Tou me mudando pra cidade... vamos ver como fica..
abs.
Leonardo
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